Hélio Consolaro*
Virou moda em nosso meio as festas juninas avançarem o
calendário, invadindo o mês de julho. Uma entidade, em Araçatuba, fez isso,
chamando-a de “festa julhina”. Os dicionários não registram tal adjetivo.
Na internet, há professores dando suas opiniões totalmente
diferentes. Vejamos algumas:
OPINIÃO 1: se são
juninas as festas de junho, não são caracterizadas como junhinhas, por que
julhina. Se o H desaparece em JUNINA, o mesmo ocorre em JULINA. Essa é a
opinião mais lógica.
OPINIÃO 2: essa
opinião apresenta razões etimológicas. O mês de junho tem origem no latim:
junius; e o mês de julho em Julius. Facilmente se depreende o motivo da
eliminação do H em junina e julina. Explicação mais “científica”.
OPINIÃO 3: se as
festas em julho continuam homenageando os santos Antônio, João e Pedro, elas
continuam sendo juninas, não devem ser chamadas julinas. O problema dessa
opinião é que JUNINA não tem nada a ver com os santos, mas com o mês.
Explicação incoerente.
OPINIÃO 4: festas julianas (em julho). Há razão
etimológica, mas por paralelismo as de junho deviam se chamar junianas.
Explicação sem lógica.
O uso de “julhina” não encontra consistência alguma,
portanto, errôneo.
*Hélio Consolaro é professor de Português, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras